A polêmica teoria que liga infecções a Alzheimer

Há mais de 150 anos, os cientistas comprovaram que germes invisíveis poderiam causar doenças contagiosas, como a cólera, a febre tifoide e a tuberculose. A participação dos micróbios nessas doenças logo foi amplamente aceita, mas a “Teoria dos Germes” continua a surpreender-nos desde então – com enormes consequências para muitas áreas da medicina aparentemente não relacionadas.

Foi apenas nos anos 1980 que finalmente dois cientistas australianos descobriram que a bactéria Helicobacter pylori causa a úlcera do estômago. Até então, os médicos culpavam o estresse, os cigarros e o álcool pela doença. Cientistas da época consideraram a ideia absurda, até que ela acabou por merecer o Prêmio Nobel de Medicina em 2005.

A descoberta de que o papilomavírus humano pode causar câncer do colo do útero também resultou ser controversa, mas as vacinas contra a infecção agora estão salvando milhares de vidas. Atualmente, os cientistas estimam que cerca de 12% de todos os cânceres humanos são causados por vírus.

Podemos estar testemunhando uma revolução similar na nossa compreensão do mal de Alzheimer. O estilo de vida e fatores genéticos certamente participam do desenvolvimento da doença. Mas parece cada vez mais possível que alguns vírus e bactérias comuns – similares aos que causam aftas e periodontite – possam, a longo prazo, causar a morte de tecido neural e o contínuo declínio cognitivo. Se isso for confirmado, as infecções podem ser uma das principais causas da demência.

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