Pesquisadores da Escola de Medicina Icahn da Univerisidade Monte Sinai, nos Estados Unidos, identificaram três subtipos moleculares da doença de Alzheimer. Publicado no periódico Science Advances na última quarta-feira (6), o estudo aumenta a compreensão dos mecanismos da condição e pode abrir caminho para a criação de terapias personalizadas.
Como explicam os estudiosos, o Alzheimer diverge bastante em suas manifestações biológicas e patológicas. Por exemplo: enquanto o declínio cognitivo é lento em alguns pacientes, em outros é muito mais rápido; alguns têm perda significativa de memória e incapacidade de lembrar novas informações, outros não; e certos pacientes apresentam psicose e/ou depressão associada à doença, ao contrário de outra parcela.
“Essas diferenças sugerem fortemente que existem subtipos de DA [doença de Alzheimer] com diferentes fatores biológicos e moleculares que impulsionam a progressão da doença”, diz Bin Zhang, principal autor do estudo, em declaração.
A análise foi feita a partir de dados de sequenciamento de RNA, molécula semelhante ao DNA que codifica as instruções para a produção de proteínas. Segundo os especialistas, o método revela a presença e a quantidade de RNA em uma amostra biológica, como uma parte do cérebro.
Para identificar os subtipos moleculares do Alzheimer, os pesquisadores usaram um modelo computacional para encontrar relações entre os diferentes tipos de RNA, as características clínicas e patológicas e outros fatores biológicos que potencialmente impulsionam o progresso da condição. A análise considerou os dados de sequenciamento de mais de 1.500 amostras em cinco regiões do cérebro de centenas de pacientes que faleceram com e sem a demência.